Newsletter Yellow Pad | novembro 2021
Cultura organizacional, Planear cenários e Universidades de circuito aberto
A primeira vez que percebi a importância da linguagem partilhada numa empresa foi em 2010, quando comecei a trabalhar em Executive Search e passei o primeiro mês só a tentar descortinar o significado de termos que as outras pessoas usavam a toda a hora.
A Angela Ahrendts, antiga Vice-Presidente de Retalho da Apple, teve uma experiência semelhante quando chegou à empresa:
“(...) os acrónimos. Quer dizer, é quase como se fosse uma língua diferente. Era como se tivesse aterrado em Marte. Sentia-me tão insegura durante os primeiros três ou quatro meses (...) É fácil sentires-te estúpido quando vens de um setor diferente como foi o meu caso.”
Anos mais tarde, no meu primeiro dia numa nova empresa, deram-me acesso ao glossário da equipa. Foi transformador! Além de acelerar a minha adaptação (e produtividade), senti-o como um gesto de cuidado. Foi como se me estivessem a dizer: agora és uma das nossas, aqui estão as chaves para a nossa casa. O Basecamp também o faz, e partilha o seu glossário online, o que acaba por ser uma forma inteligente de dar a conhecer a cultura da empresa a potenciais candidatos.
E agora os temas deste mês, vamos a isto!
Manuais de Cultura
Por falar em cultura organizacional, adoro espreitar Manuais de Acolhimento. Dão-nos uma visão bastante clara de como as empresas se vêem, como comunicam, o que valorizam, o que escolhem mostrar. Este mês cruzei-me com uma coleção bastante diversificada de exemplos: desde o manual da Disney, escrito em 1943, a excertos de um livro do Facebook, à famosa apresentação da Netflix, vista por mais de 20 milhões de pessoas.
Planear cenários
Numa altura em que a incerteza volta a aumentar, pareceu-me útil recuperar um exercício que a escola de design de Stanford, a d.school, criou para planear o outono de 2020. A metodologia, que por acaso recentemente encontrei descrita no livro Riding the Waves of Culture, já está a ser implementada em algumas empresas e consiste em gerar três futuros alternativos a partir da realidade atual e explorar as necessidades, oportunidades e desafios que cada um deles pode trazer. Na impossibilidade de prever exatamente o que vai acontecer, esta metodologia permite pelo menos antecipar possibilidades.
Universidades de Circuito Aberto
E já que falo em Stanford, esta entrevista com a Sarah Stein Greenberg, Diretora Executiva da d.school, fez-me recordar uma experiência brilhante que a escola criou em 2014 para reimaginar o futuro das universidades. Do exercício resultaram quatro grandes ideias, e a minha favorita é a Universidade de Circuito Aberto, em que os estudantes podem entrar, sair e voltar à Academia ao longo do seu percurso, num modelo completamente alinhado com a ideia de aprendizagem ao longo da vida que hoje tanto se defende (e muito pouco se pratica).
Subscrição de livros
Um dos melhores presentes que recebi até hoje foi uma subscrição de livros: durante um ano, todos os meses recebia em casa um novo livro sem ter que fazer nada. É uma ótima solução para quem quer manter (ou despertar) o hábito da leitura mas nem sempre sabe o que escolher (ou gosta de ser surpreendido, como é o meu caso). Gosto tanto desta ideia, que até já construí uma lista para o projeto de um amigo. Este mês descobri uma subscrição em que os curadores são quatro dos autores que mais têm contribuído para a divulgação de conhecimento sobre o comportamento humano: Adam Grant, Malcolm Gladwell, Susan Cain e Daniel Pink. Fica a dica!
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos ao longo deste mês e que escolhi partilhar contigo.
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