Yellow Pad #28 | abril 2023
Semana de 4 dias, Mind Maps, Estratégia, Atenção e Criatividade
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📫 Antes de trabalhar em grandes empresas como Adobe, Salesforce e IBM, o Jeremy Waite, de quem falei numa edição anterior da newsletter, fundou uma agência criativa.
O primeiro investidor que conseguiu angariar disse-lhe que o apoiaria sob uma única condição: que tirasse as sextas-feiras para si.
“Tiras todas as sextas-feiras, sem falhar uma. Nesses dias eu não tenho como entrar em contacto contigo. Não sei onde estás. Idealmente vais estar sentado numa galeria de arte, ou num museu, ou numa biblioteca, talvez no lobby de um hotel, mas só tens contigo um caderno, uma caneta, e estás a aprender, a ler e a fazer coisas novas.”
Fazendo-o, garantia ele, traria maior valor a todas as suas relações profissionais, faria mais pesquisa para fundamentar as suas decisões, teria mais histórias para contar e estaria melhor preparado para continuar a evoluir profissionalmente.
Uma década depois, quando contou esta história no seu podcast e já fazia parte da IBM, continuava a tirar as sextas-feiras.
E agora os temas deste mês, vamos a isto!
Semana de 4 dias: O que fazer no dia livre?
A ideia de que, dispondo de mais tempo livre, não seremos capazes de encontrar formas saudáveis de o ocupar, tem surgido em algumas conversas relacionadas com a semana de quatro dias. Intrigada, fui investigar. O resultado está refletido num artigo que escrevi e que foi publicado este mês no Observador.
Um projeto piloto no UK
Como parte da pesquisa para o artigo, ouvi uma mini-série do Financial Times que recomendo vivamente. Ao longo de quatro episódios, uma jornalista acompanha empresas de diferentes setores (telecomunicações, restauração, desenvolvimento de jogos e serviços financeiros) que se inscreveram num projeto piloto de redução da semana de trabalho. Pelo caminho ouvem-se gestores, colaboradores e especialistas, e no último episódio percebe-se quem avança e não avança após o período de teste.
📌 Ler a transcrição ou ouvir o podcast: parte 1, parte 2, parte 3, parte 4
Mind maps e sonhos
Há dias, enquanto folheava um caderno antigo, encontrei um Mind Map de 2018 em que procurava responder à questão: Como posso levar a vida a estudar e a escrever? Não foi o primeiro nem o único mapa motivado por essa pergunta, mas soube bem reencontrá-lo neste mês, em que iniciei uma parceria com a Argo para a curadoria e escrita de conteúdos para o LinkedIn. A partir de agora, a página deles é mais um cantinho em que tenho a sorte de fazer o que gosto com quem gosto.
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Livrarias em contra-corrente
Adoro histórias de empresas que foram capazes de dar a volta em momentos de crise. Se essas empresas forem livrarias e o ano for 2023, melhor ainda. A gigante Barnes & Noble, fundada em 1886 em Nova Iorque, está a surpreender todos os que tinham previsto o seu desaparecimento. A recuperação está a ser conduzida pelo CEO James Daunt, que tomou uma série de decisões corajosas para voltar a colocar as pessoas e os livros no centro da estratégia. Um exemplo: pediu aos colaboradores que tirassem tudo das prateleiras e repensassem a oferta e o espaço para criar um ambiente inspirador.
Telemóvel em modo avião
A investigação e o bom-senso recomendam que se façam pausas regulares ao longo do dia e que elas sejam passadas longe do telemóvel. Mas, como defende Cal Newport no livro Digital Minimalism, mais importante do que bloquear a tecnologia é definir claramente que ferramentas digitais queremos nas nossas vidas, para quê, e sob que regras. Por exemplo: uma aplicação de notas pode ser usada em modo avião para desenhar, criando-se um espaço de criatividade e flow sem prejuízo da atenção. Deixa-te inspirar pelos desenhos do designer Chris Silverman no seu projeto notes art1.
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos ao longo deste mês e que escolhi partilhar contigo.
Fica à vontade para enviar esta edição a quem quiseres.
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Até maio! 👋
O projeto foi partilhado nesta newsletter que sigo há anos.
Ana, se conheceres um investidor que imponha uma condição igual ou parecida com a que descreves, estou muito interessado.