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📫 No caos organizado que é a newsletter Strat Scraps, o marketeer Alex Morris sugere a certa altura que cada novo projeto deveria começar com um dia de leitura em silêncio.
“Um dia em que não há reuniões e não se produz nada. No máximo fazem-se sublinhados e tiram-se algumas notas. Um dia para ler e estudar, sem ter que dar explicações a ninguém sobre os funis de curiosidade em que se entrou.”
A ideia fez-me lembrar práticas de empresas que têm por base a leitura em silêncio:
Na Amazon, cada reunião começa com a leitura individual de um documento de 6 páginas sobre o tema que vai ser abordado. O espaço transforma-se numa espécie de “sala de estudo” em que todos os participantes processam a informação relevante para a discussão antes de expressar opiniões.
Na Basecamp, a apresentação de novas ideias é feita por escrito, num documento cuidadosamente preparado, que é partilhado na plataforma da empresa com os intervenientes relevantes para o projeto. Depois, os envolvidos podem ler, reler, ponderar, repensar e estruturar as suas impressões antes de apresentar o seu feedback.
E no teu trabalho, que espaço é dado ao silêncio?
Criatividade segundo Paul McCartney
A partir do livro The Lyrics - 1956 to the Present, que reúne 154 letras de músicas escritas por Paul McCartney, sistematizei 7 práticas para “copiar com orgulho” e desenvolver o pensamento criativo.
Aprendizagem lenta
Numa era em que a informação se multiplica a cada minuto, abrandar o ritmo será a melhor ideia? É o que defendem 19 autores, artistas e professores num livro gratuito que é um verdadeiro Manifesto pela Aprendizagem Lenta. Vale a pena referir que este não é um projeto de idealistas - foi promovido pelo Centro Internacional de Formação da Organização Internacional do Trabalho e pela Fundação Europeia para a Formação.
Currículos de estudo
Na edição de novembro falei da ideia de construir um currículo de estudo, e tenho-o posto em prática para os principais temas que quero aprofundar. Além de me permitir planear o que quero aprender, ajuda-me a garantir que retenho as aprendizagens espontâneas que vou fazendo. Aparentemente, o Bill Gates faz algo semelhante.
Imersão pela Arte
Saiu este mês a 2ª Experiencialista, a newsletter da Immersis sobre aprendizagem imersiva e experiencial com curadoria e escrita Yellow Pad e design da Catarina Machado. Nesta edição exploramos um tema que me é muito querido: a Imersão pela Arte.
Viés de confirmação
Terminei recentemente um livro que me provocou várias ondas de repulsa: falo do Hooked, de Nir Eyal. Já sabia o que me esperava: um manual passo-a-passo para viciar pessoas em tecnologia. Porque me submeti a esta tortura? Por causa de uma coisa que aprendi com o Jonathan Haidt: a melhor forma de prevenir o viés de confirmação (a tendência para procurarmos informação que suporte as nossas crenças) é interagir com ideias contrárias às nossas. Como estou a estudar formas de proteger a atenção, nada melhor do que me expor às metodologias de quem procura sequestrá-la.
Histórias de pianos
Um professor fica impressionado com um rapaz a tocar no piano público da NOVA SBE. Aborda-o em inglês, julgando que é um aluno estrangeiro. Descobre que é português, que tinha sido copeiro no restaurante da escola, que não tem o 9º ano e que aprende sozinho a tocar em pianos públicos. A história é surpreendente, e tem muitas camadas para descascar e refletir.
Estas foram algumas das ideias que passaram pelos meus cadernos ao longo deste mês e que escolhi partilhar contigo.
Fica à vontade para enviar esta edição a quem quiseres.
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Até junho! 👋
P.S: Começou ontem a Feira do Livro de Lisboa!
Mais um número da newsletter muito bom, para não variar! :)
Parabéns